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sábado, 26 de março de 2016

Poema da dor inexistente...


Devias a mim mesmo
o queixar das aflições...
Que invadem-me quando inerme
se o corpo tem prisões
a alma tem seus vermes!

A corrosão das rochas
se curvando as aguas
é os montes sendo diminuídos
na insistência dos ventos!

Penosa excitação
estimulada pelo castigo!
A rosa do deserto oferecendo pão
aos campos de trigo!

O sol tem cor de sangue alaranjado
e a lua tem gosto de pele fria
Meu poema tem versos desesperados
com sede de agua cristalina!

Tem uma montanha de dor para ser escalada
do seu alto posso ver a águia faminta!
Por uma presa não encontrada
expressão vaga sucinta!

Lacônico disse poucas palavras
quando foi forçado...
O medo da dor tem a força de mil armas
melhor-me-é ficar calado!

Se não existe dor ainda, é medo
então corta volta...
A maior força assume é não pede segredo...

A dor é uma paixão secreta
de quem apenas ama!
Amar com respeito
de dor tamanha que pode rasgar o peito!

Não dor de antes
dores vindouras...
Nuvens carregadas distantes
que escondem o azul do céu...

Como um poeta não inspirado
que sofre por uma vida...
Uma vida que breve terá passado!

Já viu em labéu uma cicatriz?
De uma estigmata não sua?
Não, Não foi feliz
o sofrer por uma dor tão crua!

Talvez tenha medroso sobrenome distante
de sofrimento surreal!
A dor não causada, da morte ou do câncer!
Quem dera-me o poder de escolher um final...

Escolheria a morte prematura
se inevitável fosse o castigo!

Quando a rosa vermelha com teu pão
saísse a minha procura...
Estaria escondido por debaixo da plantação de trigo!

Se me for evitável tamanha dor
pegaria esta rosa pelas mãos
é lhe prometeria um sem medo de um grande amor!   



 (Lourisvaldo Lopes da Silva)  

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