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quarta-feira, 6 de abril de 2016

Fogão de lenha...





Aquece as mãos
Enquanto espera
A paciência deste velho fogão
Provedor dessa tapera

“Corre Bebeto busca mais graveto
A brasa já fraca reclama sua lenha”...
O milho verde ao lado em um espeto
O prosear é mais parecido com uma resenha

Vó Zica Cozinha canjica
Vô Joca rebenta pipoca...
Vó Zica frita linguiça
Vô Joca faz melado pra adoçar a pipoca!

É quase hora da janta
Vamos sentar na porta da cozinha...
O sol já se adianta
A lua se avizinha...

Vai ter arroz com rapa amarela
Linguiça com carne de porco
Biscoito de polvilho saltando da gamela
É a cadela marela esperando os ossos

O sol já é adiantado
É por respeito
Sempre ao se pôr é notado
É agradecido de dentro do peito...

Vô Joca engambela a gente
Com pipoca doce
É milho assado (a vovó) não consente
Mas o vovô sempre a vence (ele é um doce)...
:  )

...Doce de fogão de lenha enfumaçado
Aqui na cozinha não entra nem muriçoca
(caiu a noite e ainda estamos acordados)
Já coça os olhos vovô Joca
Dorme cedo pra madrugar
(tira o leite antes do sol ter chegado)
O leiteiro vem cedinho buscar...

Mamãe foi com papai pescar na lagoa
(é até agora não voltou)
Pesca de traíras pesca boa
muito alegres estavam (eu vi quando chegou)

Papai tava com um olhar de homem do campo
(animado)
Mamãe estava sorridente!

(Parecendo o casal do conto
Que haviam  se casado
Que o vovô estava contando pra gente!)

Vovó apenas ria
Tenho minhas dúvidas (?)
“Vovô é Vovó são duas poesia”...
Uma fala de amor a outra responde com alegria... 


Serei herdeiro deste legado
Que de geração em geração se despeja...
A odisseia dos apaixonados
mesmo a luz do lampião 
toda minha família se entrega...
  

Agora sim a panela coberta de carvão por fora
Dava seu alarde!
Cheiro de comida pronta (vamos todos comer)
8:00 hrs da noite aqui na roça já é muito tarde...

A tradição de um bom costume
Cultiva longevidade!
Como a essência de um bom perfume
Deixa marcas na saudade...

Saudades da fazendinha
Aonde nasceu papai
Saudades daquela vidinha
De paz...

Do fogão de lenha
Da bica d’agua
Da siriema...
...Que passeava...pelo terreiro!
Como se fosse ela a dona do quintal da casa
Do burro velho (treteiro)
Do pomar é das arvores 

"Recordações abram sobre mim as suas asas!"

Vai agora Bebeto crescido
Nunca deixe faltar a este fogão a sua lenha
Senão ele será esquecido...
Se deixar de descreve-lo em suas resenhas!


(Lourisvaldo Lopes da Silva)
 

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