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terça-feira, 18 de abril de 2017

Cardeal Malungo IV


Cardeal Malungo
IV
Um Monge que não sabia orar.

Nos relevos incógnitos
Cobria a relva verde
Um templo cosmológico
Sem telhado ou paredes

Sabedorias segredadas
Contidas
Triunfos da alva
Trevas regurgitas

Um filho,
de auroras orvalhadas
Pelo voto do silêncio
― Quem és? .
...Se enaltece e de si mesmo esquece!

...Por uma aranha tecendo redes
Morte anódina d'um mosquito
Há qualquer dor abstrata ele calcanha

Sem preces conhecidas, chora
Indagas ao vazio e aflito se esconde
Reza tão perdido como o que sonha
― Pôr quem é que tanto implora?
Cético ao alheio, o estranho monge. 

― Imaculado serve-te o corpo?
Livre da libido
pela santa estigma imposta
Este espécime híbrido 
E órfão indulgente (um filho)
Recusando a razão de todas às lógicas... 

De vida cega,
vive tal qual à um morto!
Monsieur Cardeal Malungo
Abomina as trevas
que aprisionam o corpo!

Ermida em silenciosa capela
Deserta fenda da abstenção
Já de partida Malungo escuta;
― Espera!

A voz do Monge
(pela primeira vez foi ouvida)
― Oração?!? "Explica-o Malungo;
Não é o que ensinam,
Mas é aquilo que a própria alma busca...
 

L.L.S
 
Abaixo o link para todos os poemas da série "Cardeal Malungo"

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